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OLÁ! EU SOU A SILVANA

Consultoria, Mentoria e Capacitação de Professores

Trago uma experiência de mais de 20 anos formando professores para melhoria da aprendizagem através de metodologias ativas com base em pesquisas. 

PhD e Mestre em Educação pelo King’s College, Universidade de Londres, trabalhei com integração de tecnologia no ensino e coaching de ensino-aprendizagem.

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Atividades antigas em um Planejamento Didático Moderno: Como fazer essa transformação

Uma professora de yoga que eu sigo no Youtube usa uma frase que eu gosto muito e que representa bem a filosofia “passo a passo” da SilvanaScarsoED: “A little goes a long way”, ou seja, um pequeno passo já faz uma grande diferença.

O mesmo se dá com a transformação pedagógica que é urgente e necessária nos tempos de hoje diante do conhecimento científico acumulado, para “de fato” desenvolvermos habilidades que têm impacto na vida e no trabalho dos estudantes: vamos transformar tudo de qualquer jeito ou dar passos sólidos e sustentáveis? Eu prefiro dar passos sólidos e sustentáveis do que fazer uma “transformação tipo perfumaria”. O ideal é fazer uma transformação com antecedência e tempo para que professores revisem seu planejamento de aulas completamente, um curso ou unidade de estudos de cada vez. Se isso não for possível no momento, vale o lema “um pequeno passo já faz uma grande diferença”. 

É com este espírito que estou escrevendo este artigo, para não se espere eternamente pelo momento certo de realmente transformar, mas que pequenas transformações possíveis sejam feitas. E por isso eu falo das “atividades antigas”,  aquelas que são tradicionalmente utilizadas no ensino. Mas não só estas, porque muitas atividades “novas” e “da moda” acabam sendo utilizadas da forma antiga, ou seja, substituem o antigo sem trazer algo realmente desejável. 


O que faz com que uma ATIVIDADE seja “ANTIGA”?

Mas o que eu chamo de atividades antigas? E porque são consideradas “antigas” diante do que sabemos hoje sobre aprendizagem?

No ensino formal tradicional, nos acostumamos com listas de exercícios, atividades em grupo, relatório de laboratório, redação, teste de múltipla escolha, atividades passo a passo com o(a) professor(a), correções feitas pelo(a) professor(a), etc. A característica principal destas atividades é a DESCONEXÃO com um PROCESSO INDIVIDUAL de aprendizagem que seja COERENTE do ponto de vista dos estudantes, ou melhor dizendo, do ponto de vista do cérebro de cada estudante individualmente. 

Mas porque existe “desconexão”, porque falta “coerência”, porque falta foco no “processo individual” de aprendizagem? Vamos introduzir estas ideias refletindo sobre alguns exemplos.

No tradicional trabalho em grupo, costuma existir uma falta de CLAREZA sobre qual é a APRENDIZAGEM, afinal. Do ponto de vista do estudante, o que existe é uma atividade de deve ser feita, e ponto. Se o trabalho em grupo resulta na apresentação de uma pesquisa feita em grupo, qual é a aprendizagem? É o conteúdo? Quais são as HABILIDADES que precisam ser evidenciadas ao longo do processo? Provavelmente os estudantes não sabem. O que eles(as) sabem é que existe um resultado final do trabalho “de grupo” e que pode existir uma nota ou avaliação da sua participação “no grupo”. A sua aprendizagem individual só vai ser verificada em algum momento lá na frente. 

Listas de exercícios costumam ser apenas isso, listas de tarefas. Mas qual é a APRENDIZAGEM? Se você perguntar a um estudante ele(a) poderá dizer: a aprendizagem é “calcular X, Y ou Z” ou “resolver o problema X”. Mas qual é a HABILIDADE que está sendo aprendida e PARA QUÊ ela serve? E qual o papel dos exercícios no desenvolvimento da habilidade? Não fica claro para o estudante.

Nas famosas redações, o que o estudante sabe é que precisa escrever sobre um tema e acaba embolando cada etapa do processo de escrita, que é complexo e pode envolver tese, argumentos, estrutura coerente de parágrafos, além de toda a gramática. Pode existir pré-escrita, rascunho, revisão, mas tradicionalmente estas etapas não focam no desenvolvimento de cada parte do texto separadamente. Tradicionalmente, o ensino tende a exigir um texto completo do começo ao fim, sempre. Isso elimina a aprendizagem das etapas deste processo ( vide “Writer’s Workshop, Lucy Calkins, Columbia University, para ensino do processo).

E para dar um último exemplo, vamos falar de atividades novas com jeito de antigas: sala de aula invertida desconectada do presencial, gamificação para ganhar pontos em grupo, rotação por estações com avaliação em grupo, etc. 

Na sala de aula invertida, por exemplo, o estudante tipicamente não sabe qual é o objetivo da aprendizagem fora da sala de aula e como este objetivo de relaciona com todo o processo. O estudante sabe que precisa assistir um vídeo ou ler um texto, mas ele(a) acaba duvidando se isso é realmente necessário para todo o processo e pensa em esperar pela aula expositiva. Parte deste problema de desconexão com o processo é porque não existe de fato um processo claro que conecta o antes, o durante e o depois da aula, em atividades que o estudante sinta como relevantes.

A seguir, você irá entender COMO TRANSFORMAR cada uma destas atividades “antigas”, para que o processo de aprendizagem seja coerente para cada estudante individualmente e contribua para o desenvolvimento de habilidades de impacto.


A ATIVIDADE serve PARA QUÊ no processo de APRENDIZAGEM?

Um trabalho em grupo serve para qual tipo de aprendizagem INDIVIDUAL? Estou dando ênfase à ideia de uma aprendizagem individual porque em última instância a aprendizagem precisa acontecer dentro de cada indivíduo e é somente assim que podemos verificar se aconteceu, e como intervir. É claro que aprendizagem em grupo é excelente, se bem planejada e orquestrada. A aprendizagem acontece sim através de interação social, mas a aprendizagem é individual.

Outra pergunta que devemos nos fazer, utilizando o exemplo do trabalho em grupo: para quê serve a aprendizagem em grupo, e qual o seu papel no PROCESSO de aprendizagem de cada estudante? Se o trabalho em grupo é um projeto de pesquisa que resulta em apresentação, qual é a principal APRENDIZAGEM esperada?

O objetivo de aprendizagem não pode ser a aquisição de conteúdo: precisa ser uma HABILIDADE que seja útil para o estudante. Por isso a aprendizagem precisa ser formulada de maneira clara e focada, para ser COMUNICADA aos estudantes durante o seu processo de aprendizagem em grupo. 

Então podemos dizer que cada estudante aprendeu durante a pesquisa em grupo se for “capaz de articular as informações encontradas na forma de argumentos para responder à pergunta da pesquisa” (dependendo do pergunta de pesquisa, esse objetivo pode ser formulado de maneira mais específica). 

Com esse objetivo claro, o projeto de pesquisa passa a ter um VERBO DE AÇÃO que permite aos estudantes demonstrarem sua aprendizagem individualmente. A pesquisa em grupo passa a ter um significado para cada estudante que precisa ficar atento(a) à todas as informações pesquisadas por ele(a) e seus colegas, de forma a ser capaz de responder ele(a) mesmo(a) à pergunta da pesquisa.

A transformação desta pesquisa em grupo é primeiramente uma transformação na CLAREZA do OBJETIVO, que é descrito como um VERBO DE AÇÃO que é aplicado a cada estudante individualmente. 

E como você transformaria as outras atividades “antigas” que descrevi nos exemplos? Aqui vão algumas dicas:

  • LISTA DE EXERCÍCIOS: Focar cada lista de exercícios em uma ou duas habilidades de cada vez. Comunicar qual é essa habilidade e para que serve em um contexto maior, ou para que serve no longo prazo.
  • REDAÇÃO: Articular cada habilidade necessária para cada parte ou elemento do texto. Trabalhar cada habilidade separadamente, uma de cada vez, para só depois exigir um texto completo com todas as qualidades desejadas.
  • SALA DE AULA INVERTIDA: Articular o propósito da atividade antes da aula para a construção da autonomia e como esta autonomia contribui para o desenvolvimento da habilidade que é demandada durante a aula presencial.


A ATIVIDADE como AVALIAÇÃO FORMATIVA e FEEDBACK

No momento em que definimos com clareza o objetivo de uma atividade utilizando verbos de ação, tornamos a aprendizagem visível e mensurável. É por isso que toda e qualquer atividade de aprendizagem pode e deve ser parte de um processo formativo.

Quando falo em processo formativo, refiro-me a uma sequência de atividades que funcionam como avaliações formativas. Para quem ainda não conhece bem o conceito, avaliações formativas são pequenas verificações realizadas ao longo do processo de aprendizagem. Elas ajudam tanto o(a) estudante quanto o(a) professor(a) a identificar se o aprendizado está avançando na direção do objetivo final de aprendizagem.

Essas avaliações funcionam como marcos intermediários: indicam se o(a) estudante desenvolveu uma habilidade específica ou atingiu um degrau importante rumo ao objetivo final. Se isso não ocorreu de forma satisfatória, é possível intervir a tempo, seja com apoio do(a) professor(a), seja com o(a) próprio(a) estudante ajustando sua rota de aprendizagem. Ao compreender que essa habilidade é essencial para alcançar o objetivo final, o(a) estudante passa a ter mais clareza sobre o que precisa fazer e por quê.

Por isso, uma atividade como a pesquisa em grupo do exemplo anterior, pode gerar uma avaliação formativa (ou até várias avaliações formativas). Se esta pesquisa em grupo fazia parte apenas da aquisição de conteúdo, então agora ela pode fazer parte da aquisição de habilidades. Ao final do trabalho, cada estudante deve ser avaliado individualmente para demonstrar a habilidade que foi definida para esta atividade como um verbo de ação: ser capaz de “articular as informações encontradas na forma de argumentos para responder à pergunta da pesquisa”. É claro que o resultado de pesquisa pode ser apresentado, mas a habilidade específica que foi trabalhada neste projeto precisa ser avaliada individualmente logo após o projeto.

Este tipo de avaliação formativa não tem nota mas deve gerar feedback útil para o estudante. Por esse motivo este tipo de avaliação formativa não precisa ser complicada ou trabalhosa, nem para estudante ou para professor(a). Não é preciso (apesar de ser possível) se engajar em longas correções individuais. Podemos ser criativos e pedir a cada estudante para fazer a sua própria argumentação em um vídeo que é postado em um mural colaborativo, para feedback de colegas com base em alguns critérios de qualidade. Os estudantes também podem ser incentivados a comentar o vídeo de alguns colegas, fazendo perguntas e oferecendo sugestões. O ponto aqui é a oportunidade para desenvolver um processo FORMATIVO, em que o estudante reflete sobre este passo da aprendizagem, discute e recebe feedback.

Quando transformamos uma atividade qualquer em uma atividade formativa, com avaliação baseada em um verbo e ação, estamos solidificando em nossa mente qual é o papel desta atividade no processo de aprendizagem como um todo. Se o resultado final de aprendizagem é a discussão de temas históricos, com base em argumentos e informações, então a atividade formativa descrita acima serve para que os estudantes pratiquem a argumentação com base em informações. Esta habilidade certamente fará parte da avaliação final.

E como você transformaria as outras atividades “antigas” em atividades de avaliação formativa? Aqui vão algumas sugestões:

  • LISTA DE EXERCÍCIOS: Ao final de cada lista de exercícios faça um teste surpresa com um problema semelhante. Coloque os estudantes em pares e peça para que cada um tente convencer o outro de que a sua solução está correta. A tendência é que estudantes com a resposta certa consigam ter maior capacidade de “convencimento”. Mostre a solução e faça uma pesquisa sobre quantos estudantes ficaram convencidos da resposta certa. Este é um tipo de feedback que ajuda a solidificar habilidades e mostra pontos que precisam ser melhorados.
  • REDAÇÃO: Após uma atividade focada em uma parte específica do texto, cada estudante pode procurar um par e mostrar o que escreveu. Ensine escuta ativa e como oferecer feedback útil e gentil, focado em critérios de qualidade previamente discutidos. Depois da atividade de feedback os estudantes podem refazer seus textos e melhorar pontos fracos.
  • SALA DE AULA INVERTIDA: Durante a aula presencial, pedir aos estudantes que façam um exercício de recuperação de memória para lembrar os pontos principais do que aprenderam antes da aula, na atividade de sala invertida. Coloque os estudantes em pequenos grupos e numere cada estudante. Peça aos estudantes de número 1 para explicarem o que aprenderam, e peça ao grupo para fazer perguntas. Agora os estudantes de número 2 mudam de grupo e explicam o que aprenderam para o próximo grupo. O ponto desta atividade é “misturar” as aprendizagem e oferecer diferentes perspectivas, além de colocar cada estudante como responsável pela aprendizagem de todos. Utilize esta atividade como ponte para conectar novas informações. 

O ponto das atividades formativas é não deixar os estudante “na chuva”, ou seja, sem a prática e o feedback necessários para que tenham sucesso no objetivo final ( que muitas vezes é a prova final, ou somativa). Este processo melhora os resultados de aprendizagem e solidifica esta aprendizagem para que seja mais significativa para cada estudante e também mais duradoura. 

Para saber mais….

As sugestões deste artigo são parte dos PRINCÍPIOS DO ENSINO DE ALTO IMPACTO baseados em pesquisas, que embasam o trabalho da SilvanaScarsoED.

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silvanascarsoed.com > Conteúdos > KIT INICIANTE

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