Picture of OLÁ! EU SOU A SILVANA

OLÁ! EU SOU A SILVANA

Consultoria, Mentoria e Capacitação de Professores

Trago uma experiência de mais de 20 anos formando professores para melhoria da aprendizagem através de metodologias ativas com base em pesquisas. 

PhD e Mestre em Educação pelo King’s College, Universidade de Londres, trabalhei com integração de tecnologia no ensino e coaching de ensino-aprendizagem.

CONECTE-SE COMIGO NAS REDES SOCIAIS!

COMO aumentar o desafio cognitivo das atividades de APRENDIZAGEM

O ensino tradicional sempre sofreu com um “déficit cognitivo”, porque normalmente os estudantes precisavam “decorar” uma grande quantidade de conteúdo, ficando no nível de memorização ou compreensão, talvez um pouco de aplicação. Mesmo se o ensino ainda é um pouco tradicional, baseado em aulas expositivas, eu posso apostar que o desejo é que os estudantes se desenvolvam em níveis cognitivos mais elevados, como pensamento crítico. O mundo educacional tradicional sempre achou que os estudantes iriam desenvolver este tipo de habilidade sem um ensino explícito. Mas o fato é que o pensamento crítico não se desenvolve naturalmente para a maior parte dos estudantes.

Hoje sabemos, através de inúmeras pesquisas educacionais e melhores práticas, que é necessário planejar o ensino com intencionalidade para desenvolver o raciocínio, a capacidade analítica, a capacidade de aplicar conhecimento, entre outras habilidades. Isso também porque o mundo de hoje demanda muito mais da nossa capacidade cognitiva para identificar e resolver problemas. E a capacidade cognitiva humana bem desenvolvida é mais importante ainda se pensarmos no mundo transpassado pela inteligência artificial.

“Este artigo explica algumas estratégias para aumentar o desafio cognitivo de atividades de aprendizagem e assim desenvolver a capacidade cognitiva de nossos estudantes. Mas além disso, este artigo é um manifesto a favor da necessidade de sermos intencionais no aumento dessa capacidade cognitiva, para fazer frente aos desafios do mundo e da sociedade, e também para abrir possibilidades na vida de nossos aprendizes. Não vamos deixar que o mundo sofra de “déficit cognitivo”. 

1. Determine o NÍVEL DE DESAFIO que os estudante precisam alcançar

Para aumentar o nível cognitivo de nossos estudantes de uma forma intencional, precisamos pensar no resultado de aprendizagem que desejamos antes mesmo de planejar aulas ou atividades. Uma forma muito útil de pensar o resultado de aprendizagem é através da Taxonomia de Bloom. 

Para quem não conhece, a Taxonomia de Bloom descreve níveis crescentes de desafio cognitivo: memorização, compreensão, aplicação, análise, avaliação e criação. Se o ensino é baseado na transmissão de conteúdo, então provavelmente os estudantes irão permanecer nos níveis de memorização e compreensão. Se o ensino envolve a aplicação prática de conceitos e informações, então os estudantes podem chegar no nível de aplicação. O nível mais alto envolve a criação de algo novo a partir do conhecimento adquirido. 

Veja que a descrição de cada nível de desafio envolve um tipo de “atividade”, que ajuda a aprender ao mesmo tempo em que torna a aprendizagem “visível” através das ações do estudante. O nível de análise, por exemplo, envolve “examinar e quebrar a informação em partes, identificando causa e efeito, e encontrar evidências”. Para aprender neste nível de desafio cognitivo, o estudante precisa se envolver em diversas “ações” para conseguir “examinar e quebrar a informação”, “identificar cause e efeito”, e “encontrar evidências”. Por isso o tipo de ensino que desenvolve a capacidade analítica dos estudantes precisa ir além da transmissão e memorização de conteúdo. Muito do ensino tradicional se baseou na oferta de análise “pronta”, deixando que muitos estudantes apenas memorizassem, até mesmo sem boa compreensão.

Desenvolver o nível cognitivo desejado envolve muita “ação” de parte dos estudantes, com um esforço cognitivo suficientemente desafiador. E como as “ações” em cada nível de desafio tornam a aprendizagem mais “visível”, é possível utilizar as próprias atividades como evidências de aprendizagem. Essa dualidade de atividade de aprendizagem e atividade avaliativa, ajuda a oferecer o feedback necessário para que os estudantes reconheçam suas dificuldades e melhorem a aprendizagem.

Precisamos ter bem claro que para desenvolver o nível de desafio cognitivo desejado, é preciso “avaliar” os estudantes neste mesmo nível. Assim, uma atividade avaliativa no nível de criação não pode ser um teste de múltipla escolha. Para isso é preciso permitir que o estudante desenvolva projetos, faça pesquisas, crie produtos. Testes de múltipla escolha não conseguem oferecer evidências de aprendizagem no nível de criação, porque não são boas ferramentas para avaliar raciocínio. 

2. Defina o que os estudantes precisam SABER FAZER utilizando um VERBO de ação

Além de definir níveis crescentes de desafio cognitivo, a Taxonomia de Bloom também oferece listas de “verbos de ação” em cada nível. Estas listas de verbos ajudam muito na hora de planejar uma atividade de aprendizagem para o nível desejado, porque mostram opções de atividades práticas e evidências de aprendizagem. Assim, ao atingir um nível de desafio, os estudantes precisam SABER FAZER algo com o conhecimento na forma do verbo de ação que escolhemos.

Vamos supor que, ao final de uma unidade de estudos, esperamos que os estudantes sejam capazes de chegar ao nível de desafio cognitivo de ANÁLISE. Então podemos desenhar uma atividade de aprendizagem baseada em um dos verbos de ação da Taxonomia de Bloom para este nível: por exemplo “DESCOBRIR”. Esta atividade de aprendizagem pode e deve ser repleta de feedback com base em critérios de sucesso para o que significa analisar através de descoberta. Desta forma a atividade se transforma em uma avaliação formativa”, para que os estudantes sejam capazes de utilizar esta capacidade de análise em uma atividade de avaliação final (ou somativa: para “nota”). 

Um exemplo clássico seria no ensino de história. Vamos supor que a expectativa final para os estudantes é de que sejam capazes de “descobrir” causas e efeitos de um evento histórico através de um projeto de pesquisas. Claro que durante este processo de aprendizagem os estudantes irão aprender conceitos históricos importantes, irão aprender sobre como pesquisar e anotar, e irão aprender como produzir análises escritas/orais com critérios de qualidade claros e específicos. Esta habilidade de “descobrir” causa e efeito como forma de análise é uma habilidade fundamental na capacidade de compreender o mundo. 

E como sabemos que os estudantes de fato aprenderam a fazer este tipo de análise com qualidade? Para isso é importante definir critérios qualitativos, como por exemplo, ser capaz de descrever causes e efeitos com base em evidências e raciocínio estruturado. É possível utilizar o próprio projeto de pesquisas como avaliação final, com base nestes critérios e/ou adicionar uma “prova” onde o estudante precisa fazer a descoberta e análise a partir de textos selecionados. 

O importante aqui é aumentar a expectativa de aprendizagem real através de atividades avaliativas que de fato exigem o nível de desafio cognitivo que esperamos dos estudantes. 

2. Planeje o PROCESSO de aprendizagem 

Depois de decidir qual o nível de desafio final que nossos estudantes precisam alcançar, devemos nos perguntar o que os estudantes precisam SABER FAZER para conseguir alcançar aquele nível de desafio. Em nosso exemplo anterior, os estudantes precisam chegar ao nível de análise, mas antes da análise temos os níveis de memorização, compreensão e aplicação. Estas são as perguntas que precisamos nos fazer:

  • Existe algum conteúdo ou estratégias que os estudantes precisam MEMORIZAR (ou não) para ter melhor desempenho durante a análise? 
  • O que os estudantes precisam COMPREENDER para desenvolver a análise com maior profundidade? 
  • Quais atividades de APLICAÇÃO de conceitos e estratégias os estudantes precisam ter para embasar a prática de análise?

Pensar nos níveis crescentes de desafio para chegar a um nível cognitivo mais alto é o mesmo que pensar no processo “formativo” de aprendizagem. Esta é uma maneira muito útil de pensar a estrutura de um processo de aprendizagem e avaliações (ou autoavaliações) formativas. Vamos lembrar que atividades que tornam a aprendizagem visível ao longo do processo, ajudam o estudante a se autorregular através de feedback em direção ao objetivo final. 

Por isso, além de pensar no objetivo final, não deixe de planejar o processo de aprendizagem com bastante intencionalidade. Os níveis de desafio da Taxonomia de Bloom  e seus verbos de ação ajudam bastante a desenvolver atividades formativas que melhoram o resultado final da aprendizagem.

SAIBA MAIS sobre OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

O nível de desafio final dos estudantes é parte integrante do OBJETIVO DE APRENDIZAGEM que precisamos desenhar com clareza e compartilhar logo no início da unidade de estudos. Mas o desenho de um objetivo de aprendizagem começa na verdade com uma clareza sobre qual é a IDEIA ESSENCIAL que desejamos ensinar para que os estudantes tenham uma compreensão DURADOURA. 

Por isso, TUDO COMEÇA com a identificação da IDEIA ESSENCIAL no CONTEÚDO que você irá ensinar. Tendo clareza sobre a ideia essencial, podemos então pensar no que os estudantes precisam SABER FAZER para compreender esta ideia essencial de forma duradoura. A partir daí fica mais fácil pensar no nível de desafio para este “saber fazer”. 

Se você quiser ENTENDER o que significa pensar na IDEIA ESSENCIAL do seu conteúdo de ensino, BAIXE o EBOOK GRATUITO:

“6 PERGUNTAS que você deve fazer sobre o FOCO do seu CONTEÚDO”

Acesse no LINK: https://silvanascarsoed.com/ebook-6-perguntas-sobre-conteudo/

E se você quiser SABER MAIS sobre como desenvolver objetivos de aprendizagem com clareza sobre o nível de desafio cognitivo tendo como base uma ideia essencial, dê uma olhada no meu LIVRO CLAREZA DO PROFESSOR, clicando AQUI.

Se gostou do artigo compartilhe!

LinkedIn
Facebook
Twitter
Email

More to explorer

Deixe um comentário

Rolar para cima