Rubricas de avaliação como um mapa para o sucesso
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OLÁ! EU SOU A SILVANA

Consultoria, Mentoria e Capacitação de Professores

Trago uma experiência de mais de 20 anos formando professores para melhoria da aprendizagem através de metodologias ativas com base em pesquisas. 

PhD e Mestre em Educação pelo King’s College, Universidade de Londres, trabalhei com integração de tecnologia no ensino e coaching de ensino-aprendizagem.

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RUBRICAS de AVALIAÇÃO podem ser uma mapa para o sucesso

O que é uma avaliação por rubricas e como estas podem ser um mapa para o sucesso dos alunos ? Como uma rubrica facilita o feedback e apoia a autonomia e auto-regulação do aluno? Como criar uma rubrica sem estressar ? Nesta postagem você vai entender como uma rubrica auxilia na mediação de uma aprendizagem mais ativa, ajudando o feedback que orienta o processo formativo do aluno(a). E mais: você vai entender como transformar sua rubrica em pontos para se adequar às necessidades da instituição.

Para melhor avaliar os benefícios de uma rubrica, vamos fazer uma reflexão sobre o significado da nota/avaliação tradicional e o significado de uma rubrica:

A NOTA como uma caixa preta:

Tradicionalmente, avaliações envolvem a contagem de pontos para problemas resolvidos, perguntas respondidas, e por aí vai. Portanto a nota foca em erros e acertos em itens escolhidos pelo professor(a), sem indicar quais são os critérios específicos de qualidade esperada.  O professor(a) pode ter escolhido mais perguntas do subtópico X, por exemplo, sem necessariamente esclarecer esta escolha. A nota e a “correção” indicam estritamente o que o aluno(a) acertou ou errou, e desta forma o aluno(a) fica sem saber qual direção tomar em sua aprendizagem, porque não há um caminho claramente apontado. Normalmente, o aluno(a) espera o professor(a) ensinar a próxima matéria e dizer o que “vai cair na prova” (uma das perguntas mais frequentes, não é mesmo?).

Mesmo que seja feita uma “correção da prova” no quadro para toda a classe,  a busca de caminhos para melhorar fica por conta dos alunos(as). E aí é que mora o problema, segundo as pesquisas. O papel do professor é fundamental na indicação clara dos objetivos de longo prazo e no apoio dos passos dos alunos em direção à estes objetivos. O professor precisa oferecer feedback que guie os alunos no entendimento de como se aproximar cada vez mais do objetivo de aprendizagem esperado. Caso contrário, como indicam diversas pesquisas, oferecer apenas a nota/correção tende a desestimular principalmente os que mais precisam melhorar.

A RUBRICA como uma mapa para o sucesso:

Como os alunos podem entender com clareza qual é o objetivo de aprendizagem de longo prazo e qual a progressão de aprendizagem para chegar lá ? Uma rubrica de avaliação baseada nessa progressão faz muito bem esse papel. A rubrica é sempre composta por critérios específicos de avaliação, sendo que estes critérios podem representar a progressão de aprendizagem. Se você nunca utilizou uma rubrica, vale a pena começar. Mas é bom estar atento(a) à forma como os critérios de avaliação são escritos.

Existe uma grande variação de estilos de rubricas. Aqui eu vou argumentar a favor daquela que descreve a progressão de aprendizagem: essa abordagem torna mais fácil o planejamento das atividades,  a escrita da rubrica, e principalmente a compreensão por parte dos alunos e o impacto na sua aprendizagem.

Veja este exemplo para um objetivo de aprendizagem retirado da BNCC:

OBJETIVO DE APRENDIZAGEM: “Analisar o discurso político e propostas de governo de candidatos em uma eleição presidencial, de forma a participar do debate político”. 

MAPA PARA O SUCESSO NA APRENDIZAGEM ( progressão) =

NÍVEIS DE APRENDIZAGEM descritos na RUBRICA:

– RESUMIR uma proposta de governo em torno de tópicos principais.

– AGRUPAR dados do contexto econômico e social relativos à cada item de uma proposta de governo.

– RELACIONAR a fala de um candidato em um debate com sua proposta de governo e o contexto econômico/ social.

– ENCENAR um debate de campanha política representando as propostas de um candidato .

– COMPARAR a fala de cada candidato como possível solução para o contexto econômico e social.

Neste tipo de rubrica, cada critério está diretamente ligado a progressivos níveis de complexidade para chegar ao objetivo de aprendizagem. Essa progressão serve para feedback ao longo de todo o processo formativo, durante atividades relacionadas. O feedback pode vir do professor(a), pode vir de uma autoavaliação, ou pode vir dos colegas. O importante é que para cada critério de avaliação exista um exemplo/modelo do que é ter sucesso neste critério. Estes exemplos ou modelos facilitam a autoavaliação e a avaliação entre pares, aliviando a carga do professor(a). 

Rubricas, com seus critérios de sucesso, facilitam a autonomia e a autorregulação do aluno em direção aos objetivos esperados. Isso acontece porque o aluno(a) encontra um mapa claro do que é esperado, e não uma coletânea de erros e acertos.

A criação de RUBRICAS não precisa ser um parto:

Chegam a faltar ADJETIVOS e ADVÉRBIOS no dicionário para descrever vários níveis de desempenho em muitos modelos de rubrica de avaliação. Depois de um tempo nem o professor sabe mais o que estes descritores significam ( boa – excelente – regular – deixa a desejar .. etc). E pode apostar que os alunos terão dificuldade em entender essas definições de intensidade, quantidade, ou outros qualificadores. As perguntas que ficam:  Qual a “cara” de um trabalho em cada nível ? Para que serve a rubrica no final das contas ?

Pois bem, este é um tipo de rubrica de avaliação onde se tenta encontrar uma descrição para os possíveis níveis de aprendizagem. Isso dá trabalho de fazer, torna a rubrica muito prolixa, sendo de difícil leitura e compreensão pelos alunos, além de descrever “má” aprendizagem nos níveis inferiores. Pode ser bem escrita e bem utilizada, mas requer mais trabalho e mais correções ao longo do tempo.

Eu quero argumentar a favor de um tipo de rubrica chamada “RUBRICA DE COLUNA ÚNICA”, que vem ganhando muita atenção nos EUA e em escolas internacionais. Neste tipo de rubrica você APENAS define o que se espera como DOMÍNIO ( mastery ) do objetivo de aprendizagem em questão. Daí se coloca uma coluna à esquerda para observações relativas a pontos que precisam ser melhorados para chegar ao DOMÍNIO daquela aprendizagem. E também uma coluna à direita para observações relativas a pontos que excederam a expectativa daquela aprendizagem. Assim todos os alunos irão trabalhar para chegar à este nível de “mastery” definido pelo professor(a) – que não deve ser inalcançável , mas sim possível com apoio do professor(a). As observações na rubrica podem partir de uma autoavaliação, de avaliação por pares, e do professor(a), ou melhor ainda, de uma combinação destas opções.

Porque a “Rubrica de Coluna Única” é tão eficaz ? Porque é mais fácil de fazer, mais fácil de ler, porque foca o aluno(a) no objetivo, e principalmente porque permite feedback na forma de observações na própria rubrica. Afinal, a razão principal de uma rubrica de avaliação é fornecer feedback para que o aluno(a) melhore a aprendizagem. Não é para dar uma nota. Apesar que é possível sim utilizá-la para atribuir nota.

A RUBRICA pode virar nota com pontos:

Avaliação por rubrica é feita para oferecer FEEDBACK e ajudar o aluno(a) a melhorar a aprendizagem. PONTO. PORÉM, sendo necessário, é possível associar pontos aos critérios e níveis da rubrica e transformar os critérios escritos em nota. Pesquisas indicam que alunos que recebem notas junto com comentários (incluo aqui a rubrica), acaba prestando mais atenção à nota. Portanto nota é algo que, idealmente, deve ser oferecida apenas após o processo formativo, como nota somativa.

E como fazemos isso? Associar pontos? Mesmo pensando em uma “Rubrica de Coluna Única”, é possível associar pontos tipo :

1 ponto = não alcançou o DOMÍNIO do critério de aprendizagem; 

2 pontos = alcançou parcialmente; 

3 pontos = alcançou o DOMÍNIO do critério de aprendizagem;

4 pontos = excedeu o DOMÍNIO esperado para o critério de aprendizagem;

Quatro pontos é o ideal para descrever níveis de aprendizagem para cada critério. Mais do que isso perdemos a clareza. E lembrando que estes pontos, no final, estarão sempre explicados pelo feedback, e modificados ao longo do tempo conforme o aluno(a) tem oportunidade de aplicar o feedback e melhorar a sua aprendizagem (aumentar os pontos).

Depois é só somar a pontuação e fazer uma continha de porcentagem. Por exemplo:

OBJETIVO DE APRENDIZAGEM

Critério A: 2 pontos

Critério B: 3 pontos

Critério C: 3 pontos

Critério D: 1 ponto

TOTAL: 9 PONTOS (9 de 16 pontos possíveis)

PORCENTAGEM: (9 x 100) /16 = 56 %

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