Avaliação para aprendizagem
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OLÁ! EU SOU A SILVANA

Consultoria, Mentoria e Capacitação de Professores

Trago uma experiência de mais de 20 anos formando professores para melhoria da aprendizagem através de metodologias ativas com base em pesquisas. 

PhD e Mestre em Educação pelo King’s College, Universidade de Londres, trabalhei com integração de tecnologia no ensino e coaching de ensino-aprendizagem.

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Você conhece as “7 ESTRATÉGIAS da AVALIAÇÃO para APRENDIZAGEM”?

Hoje em dia sabemos cada vez mais sobre o impacto das avaliações bem desenhadas na aprendizagem dos estudantes. Isso se deve a inúmeras pesquisas e autores discutindo o assunto e chegando a conclusões que vão se somando e mostrando um caminho prático a seguir. Já se foram os dias de estudar “apenas” os grandes pensadores da educação, porque hoje já sabemos o “caminho das pedras” – ou já temos uma ideia muito mais clara do que fazer no “chão da sala de aula” para que os estudantes tenham uma aprendizagem mais eficaz, aprofundada e duradoura.

Muitas pesquisas indicam que as avaliações conhecidas como “formativas”, podem ter um dos maiores impactos na aprendizagem. O termo “avaliação formativa” é mais conhecido no ensino formal, mas mesmo assim creio que é uma estratégia subutilizada. E se você não faz parte do meio educacional formal, pode se perguntar afinal o que é uma “avaliação formativa”. Ela é justamente isso: uma avaliação que “forma”, que ensina, que favorece o processo de aprendizagem em vez de focar apenas no seu resultado. 

Este tipo de avaliação formativa pode ser feita das mais diversas formas e não precisa ser super formal. Mas é importante que seja uma avaliação baseada em critérios claros do que significa ter sucesso em um objetivo de aprendizagem. A avaliação formativa auxilia a aprendizagem porque indica com clareza onde o estudante está no seu processo em direção ao objetivo final. Portanto, a avaliação formativa atua como uma “sinalização” para que estudante e professor(a) redirecionem a aprendizagem na rota que leva ao resultado final esperado. 

Estudantes que conseguem utilizar avaliações formativas bem desenhadas a seu favor se tornam muito mais protagonistas da própria aprendizagem. Afinal, quem não precisa de uma sinalização de rota em direção ao objetivo almejado? Nesta newsletter vou falar sobre as “7 Estratégias da Avaliação para Aprendizagem”, segundo a pesquisadora Jan Chappuis. Escolhi o trabalho dela porque é o mais claro e fácil de seguir, além de condensar muitas ideais de vários autores.

Se ao final deste artigo você quiser saber mais sobre as ideias que embasam as estratégias da avaliação para aprendizagem, veja o meu livro sobre “CLAREZA DO PROFESSOR” disponível na Amazon versão impressa e versão Kindle:

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1. Ofereça uma visão clara do objetivo de aprendizagem

A primeira estratégia a ser utilizada para que o estudante aprenda através das avaliações formativas, envolve comunicar com bastante clareza o que significa o resultado da aprendizagem desejada. É como dizer aos alunos, antes de começar uma unidade de estudo: “onde estamos indo com tudo isso?” Não é apenas comunicar o objetivo de aprendizagem, mas comunicar com clareza qual é a “cara” desse objetivo quando alcançado. Na estratégia 2 você irá entender o que são exemplos que descrevem esta “cara” de um objetivo de aprendizagem alcançado.

Mas primeiro é necessário comunicar um objetivo de aprendizagem que seja focado e claro, sem misturar conteúdos ou habilidades que você gostaria de ensinar mas não são prioritários. O objetivo de aprendizagem precisa indicar qual é a prioridade no aprender. O estudante pode se informar sobre os costumes da época do rei X, mas se o objetivo de aprendizagem é analisar transições de poder, então esta deve ser a prioridade em termos de conteúdo e habilidades. Caso contrário, muitos estudantes ouvem tudo o que dizemos sem saber qual a prioridade, e acabam escolhendo por si mesmos no que focar. Esta perda de foco leva a uma perda de profundidade e eficácia da aprendizagem.

2. Apresente exemplos do que a aprendizagem esperada significa

Você já pensou em mostrar exemplos de trabalho pronto para seus alunos antes mesmo de começarem?!! Parece loucura mas não é. Se o aluno(a) sabe onde chegar, consegue também administrar melhor o feedback sobre a avaliação e consegue administrar melhor o seu percurso de aprendizagem. É importante pelo menos mostrar exemplos do que significa sucesso naquele objetivo de aprendizagem. Melhor ainda é também mostrar exemplos de diferentes níveis de sucesso.

A dica é mostrar mais de um exemplo, para não se transformar em um modelo para cópia. Além disso, a proposta de trabalho dos estudantes deve ser diferente do exemplo. Se o trabalho for um texto, oferecemos um exemplo de um tópico diferente. Os exemplos oferecidos podem ser apenas uma parte do texto, como a introdução. Em outro exemplo você mostra um o que significa qualidade na conclusão.

Você mesmo(a) pode criar exemplos, mas com o tempo, o ideal é colecionar exemplos reais dos estudantes. Este tipo de exemplo real de colegas, torna o trabalho mais acessível aos olhos dos estudantes. Mostrar diferentes níveis de sucesso também ajuda a visualizar um caminho de progresso.

O importante é que você tenha clareza do que é ter sucesso e transmita essa clareza para os estudantes. Se você trabalha no ensino formal, discuta com seus colegas que ensinam o mesmo tópico. Tenho certeza de que vai haver um debate sobre o que é sucesso para aquele nível de aprendizagem. Se você cria cursos livres, compartilhe com alguém a sua ideia do que significa uma aprendizagem de sucesso no seu objetivo.

3. Ofereça um feedback que tenha impacto

Você achou que já sabia tudo sobre feedback? Aaaah eu também! …até aprender sobre feedback descritivo e seu poder para impactar a aprendizagem, segundo pesquisas educacionais. Vale lembrar que este pipo de feedback pode ser oferecido presencialmente e também no modo online, através de comentários em um documento colaborativo ou comentários sobre trabalhos compartilhados em um mural online durante uma videoconferência. É preciso sempre pensar em como adaptar esta ideia e quanto é possível utilizá-la no modelo de ensino escolhido.  

Para uma aprendizagem mais aprofundada e duradoura, o feedback deve fazer parte constante da avaliação formativa ao longo de um processo de aprendizagem. E se professor(a) e estudantes têm a mesma linguagem e clareza para descrever o objetivo de aprendizagem e seus critérios de sucesso desde o início da unidade de estudo, então o feedback descritivo fica mais fácil.É possível até utilizar autoavaliação e feedback entre pares.

O feedback descritivo é definido como sendo “específico, gentil, e útil”. Mas como assim? Nossa tendência é falar ou escrever demais quando oferecemos feedback. Isso resulta no aluno(a) não considerar o feedback ou não saber o que fazer com ele. Portanto aqui estão as regras:

  •  Ofereça feedback sobre um critério de qualidade por vez.
  • Não foque na pessoa (ex: bom trabalho! você precisa se esforçar mais!), foque na aprendizagem (ex: sua introdução ao texto engaja o leitor com suspense!)
  • Identifique um ponto a ser melhorado,  ou pergunte ao aluno(a), relembre os critérios e exemplos de sucesso, dê uma dica ou faça uma pergunta sobre isso. (ex: como você pode oferecer alguns detalhes na introdução para tornar o texto mais rico?)
  • E principalmente, dê tempo e OPORTUNIDADES para que os alunos possam UTILIZAR o feedback, revendo o seu trabalho e a sua aprendizagem.

4. Ensine sobre autoavaliação e definição de objetivos individualizados

Você já pediu para seus estudantes se autoavaliarem ? Já pediu para eles(as) mesmos(as) traçarem seus próximos passos na aprendizagem? Esse é o verdadeiro coração do protagonismo do estudante, e do chamado “lifelong learning”.

O aluno(a) que sabe onde vai com sua aprendizagem, consegue se autoregular para atingir os objetivos, superá-los e definir novos rumos. É isso que o mundo precisa hoje em dia. Mas calma … nada se faz em 3 dias!

É muito, muito, muito importante ENSINAR os estudantes como fazer isso. Não podemos apenas pedir e esperar que eles saibam se autoavaliar e definir os próximos passos de sua aprendizagem. 

Como ensinar? Um passo de cada vez. Primeiro mostrando como se faz um feedback descritivo (estratégia 3), praticando com exemplos de qualidade (estratégia 2), e tudo baseado em objetivos de aprendizagem claros  (estratégia 1). Com base nisso, perguntar aos estudantes qual seria seu próximo passo para resolver o feedback oferecido pelo(a) professor(a), pelos colegas e pela sua autoavaliação, e seguir em direção aos objetivos.

Falo por experiência que estudantes jovens podem ser muito reflexivos sobre sua aprendizagem. Peça para que eles(as) escrevam suas reflexões em algum lugar: um blog pessoal, um diário de aprendizagem, etc. O processo de escrever ajuda na reflexão e favorece o comprometimento do cérebro com os próximos passos.

5. Ajuste o ensino com base em evidências de aprendizagem

Planejar aulas já é difícil, imagine mudar planejamento! Mas calma, só precisa dar alguns ajustes. Vamos lá …

Se durante o processo de avaliação formativa você percebe que os estudantes não entenderam muito bem um conceito e não estão conseguindo aplicar, vale uma pausa para redirecionar a aprendizagem. Até aí tudo bem … mas NÃO caia na tentação de “explicar novamente”.

A proposta NOVA é planejar uma pequena atividade em que os estudantes sejam “ATIVOS”, tendo que lidar com suas dificuldades e equívocos.  Se a maioria dos(as) alunos(as) está com essa dificuldade, a classe toda pode participar. Se for apenas um grupo de estudantes, você pode fazer uma atividade dirigida enquanto a classe trabalha.

Exemplo:

Em uma atividade de escrita argumentativa, você percebe que um grupo de alunos está confundindo argumento com opinião, e não estão oferecendo evidências balanceadas.

A “mudança” de planejamento aqui implica uma pequena atividade prática que confronte argumento e opinião. Você pode usar um texto argumentativo bem elaborado e outro texto de opinião (de alunos de outra classe ou criar exemplos), pedindo para os alunos debaterem qual texto representa argumento e qual representa opinião, justificando. Você acompanha e provoca o debate.

A boa notícia com relação ao “trabalho a mais” de procurar ou criar exemplos, é que você vai criando um repositório para usar em classes futuras. Porque você bem sabe que muitos desses equívocos (misconceptions) são clássicos.

Eu bem sei da dificuldade de tempo dos professores, mas apenas uma pequena mudança para colecionar exemplos de alunos pode enriquecer muito a aprendizagem, e funcionar como ferramenta para um Plano B de aula. Crie uma pasta com cópias destes textos que você pode usar sempre com suas classes.

E como isso pode funcionar em aulas online, principalmente as assíncronas – onde os estudantes acompanham no seu ritmo, sem aulas ao vivo. Neste caso, pequenas avaliações formativas como testes online, ou comentários sobre pequenos projetos postados nas mídias sociais (mencionando o professor ou escola) ajudam a ter uma noção das dificuldades típicas para o curso. Os ajustem irão acontecer através de reformulação nas aulas ou algumas aulas e atividades adicionais ao longo do tempo. É possível também criar vídeos para as dificuldades comuns e enviar aos estudantes. Fica mais “assíncrono” mas também é possível e desejável fazer estes ajustes.

6. Utilize microlearning

Será que seus alunos conseguem “morder” toda a informação que você oferece de uma só vez? Qual é o tamanho da idéia que cabe na caixa cognitiva dos seus alunos?

Essa é uma ótima pergunta para desenhar microaprendizagens. Pense quais são as menores partes do que você ensina, e como essas partes se conectam. Podem ser pequenos conceitos, pequenas habilidades, que depois aos poucos vão se relacionando e construindo um conhecimento maior. Desenhe uma MINI AULA em cima de uma pequena parte, de uns 10 minutos.

Quando oferecer uma minicroaprendizagem, LOGO EM SEGUIDA ofereça oportunidade de colocar em prática. Isso favorece a assimilação no esquema cognitivo de cada um e faz surgir as reais dificuldades. Ande pela sala ( ou pelo Zoom) e ofereça feedback descritivo ( estratégia 3).

A microaprendizagem é uma abordagem mais conhecida no mundo empresarial, mas serve para qualquer situação de ensino porque controla a carga cognitiva dos alunos e favorece conexões mentais.

7. Ofereça oportunidades para reflexão sobre o progresso

Você já usou algum tipo de portfólio de aprendizagem, para seus alunos ou você mesmo(a)? A idéia de documentar a aprendizagem e rever o seu progresso tem um alto impacto na motivação dos alunos, na compreensão da sua evolução e dos caminhos para melhorar.

O mais importante é documentar a aprendizagem, guardando trabalhos e reflexões de forma organizada. Você só tem que lembrar seus estudantes de fazer isso e ajudar na organização.

De tempos em tempos peça a seus alunos para olharem sua sequência de aprendizagem (documentada) com um foco específico. Faça uma pergunta sobre um critério de qualidade. Eu sei por experiência como os alunos ficam surpresos(as) ao observar seu próprio trabalho e progresso.

Esse processo metacognitivo solidifica aprendizagens e ajuda os estudantes a terem uma melhor visão do que precisam aprender em seguida para atingir seus objetivos. Esse é o verdadeiro protagonismo da própria aprendizagem.

Para quem trabalha com ensino à distância fica até mais fácil, porque todas as atividades precisam ser digitalizadas. Basta organização e boas perguntas que ajudem os estudantes a analisar o seu progresso e refletir sobre a sua aprendizagem, até mesmo em postagens compartilhadas nas mídias sociais (no caso de cursos assíncronos). 

Esta reflexão sobre o processo pode ser feita também com rotinas do pensamento do tipo : “eu pensava… agora eu penso…”, que são muito simples mas ajudam o cérebro a consolidar o percurso da aprendizagem e planejar para os próximos passos.

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