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OLÁ! EU SOU A SILVANA

Consultoria, Mentoria e Capacitação de Professores

Trago uma experiência de mais de 20 anos formando professores para melhoria da aprendizagem através de metodologias ativas com base em pesquisas. 

PhD e Mestre em Educação pelo King’s College, Universidade de Londres, trabalhei com integração de tecnologia no ensino e coaching de ensino-aprendizagem.

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Por um PLANEJAMENTO DIDÁTICO ESTRATÉGICO: Sem bagunça nas COMPETÊNCIAS e HABILIDADES

Imagine várias pedrinhas de rio, algumas maiores e outras menores. Agora imagine uma pedra maior ainda e outras menores ainda. Pronto, expliquei o que são competências e habilidades… Mas brincadeiras à parte, as pedras de rio servem como uma analogia para a ideia de “granularidade”. 

Granularidade tem a ver com o “tamanho” de uma competência ou de uma habilidade. Algumas competências que vemos por aí são “imensas” e genéricas como “pensamento crítico”. Outras competências são um pouco “menores” e mais focadas como “comunicar e empatizar com pessoas que têm perspectivas diferentes da sua” (Global Online Academy). 

Algumas habilidades que vemos por aí são “gordas”, recheadas de conteúdo, conceitos e contextos como neste exemplo: “Identificar, caracterizar e relacionar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da cidadania.”(BNCC, habilidade EM13CHS602).

Outras habilidades são menores e focadas como “relacionar o populismo na história brasileira com formas de articulação da sociedade para promoção da cidadania” (Clareza do Professor).

Mas o que tudo isso significa e porque importa? Importa para sermos capazes de desenvolver um PLANEJAMENTO DIDÁTICO que é mais ESTRATÉGICO e por isso atinge MELHORES RESULTADOS DE APRENDIZAGEM. Entender esse conceito de granularidade ajuda a identificar competências e habilidades que tem o poder de apontar com CLAREZA qual é o caminho da aprendizagem e se o resultado esperado foi atingido. Esse conceito de granularidade também ajuda a fazer um planejamento didático que de fato apoia o estudante em todo o seu processo de aprendizagem até o sucesso final.

Vamos ver como tudo isso funciona em mais detalhes e como impacta o seu planejamento e a aprendizagem dos seus estudantes.


UMA HABILIDADE para cada CURSO (ou unidade de estudos)

Como saber o tamanho de um curso ou o tamanho de cada unidade de estudos (módulo) dentro de um curso? Será que estamos colocando muito “recheio” em um cursos só? Será que os estudantes estão de fato aprendendo ou desenvolvendo as capacidades que desejamos no final deste curso? Será que estamos organizando os módulos ou unidades de estudos de um curso de forma a fazer sentido para o cérebro dos estudantes? Ou será que estamos dizendo que desenvolvemos uma habilidade ou competência que não cabe no tempo disponível?

Estas são perguntas que devemos nos fazer ao planejar um curso, para não cair na tentação de organizar nosso ensino como uma lista de subtópicos. Para isso precisamos pensar qual é a habilidade essencial que desejamos desenvolver nos estudantes ao final deste curso ou ao final de cada unidade de estudos. Ou se o nosso curso ou unidade de estudos é parte do desenvolvimento de uma competência maior.

Para quem trabalha com cursos livres, esta é uma tarefa que demanda reflexão sobre as habilidades e/ou competência(s) que conseguimos de fato oferecer. Para quem já trabalha com habilidades e competências como na BNCC, esta é uma tarefa que envolve priorização. Para quem trabalha no ensino superior, essa pode ser uma tarefa de “destrinchar” ementas muito densas. E para quem está no ensino corporativo, essa pode ser uma tarefa de checar a viabilidade das competências ou habilidades.

Por que eu digo que para cada curso ou unidade de estudos devemos focar em apenas UMA HABILIDADE SÓ? 

  • Porque a habilidade requer um SABER FAZER algo com o conteúdo.
  • Para isso o conteúdo precisa de FOCO com base em um CONTEXTO específico.
  • Porque o “saber fazer” demanda TEMPO para aprofundamento em uma IDEIA que é ESSENCIAL aprender.
  • Porque a habilidade precisa ser VISÍVEL e MENSURÁVEL, por isso não pode ser imensa ou cheia de partes.

Portanto, o tamanho ideal de uma habilidade para um curso ou unidade de estudos é aquele que permite aprofundamento no tempo disponível, que permite prática de uma “saber fazer”, e que possibilita uma MEDIDA do sucesso alcançado. 

Quando pensamos em uma habilidade, precisamos nos perguntar se não estamos na verdade querendo chegar em uma competência, ou se nossa habilidade não está recheada com conteúdos e conceitos demais. Precisamos pensar qual é a menor ideia que é essencial aprender e focar nessa ideia, para aprofundar e desenvolver atividades que ajudem o estudante a saber fazer algo útil com essa ideia. 

Vamos ver esse exemplo de tentativas para se chegar a uma habilidade focada, visível e mensurável:

Habilidade” que na verdade é uma competência: “O estudante deve ser capaz de gerir o seu próprio negócio de forma consciente”. 

Habilidade recheada demais: “O estudante deve ser capaz de calcular e analisar indicadores de atividade e rentabilidade para tomar decisões conscientes sobre o investimento e financiamento”. 

Habilidade focada para um contexto específico: “O estudante deve ser capaz de calcular a rentabilidade do seu negócio para fazer um diagnóstico consciente”. 

Neste exercício de foco percebemos que a habilidade final escolhida para um módulo do curso, é finalmente mais focada em uma única ideia essencial que é a rentabilidade do negócio. As outras partes relacionadas a atividades, análise de indicadores, financiamento, investimento, podem ser divididas em outros módulos. Cada um com o seu foco e a sua medida de sucesso.


Para cada HABILIDADE a sua ESCADA DE DESAFIOS

Quando definimos uma habilidade como foco de um curso ou unidade de estudos,  precisamos utilizar um verbo de ação que determina o nível de desafio cognitivo dessa habilidade. No exemplo anterior, a habilidade final resultou em uma aplicação de fórmulas e procedimentos de cálculo de rentabilidade. Então o nível final é o de “aplicação”, se utilizarmos a Taxonomia de Bloom.

Porque isso importa? Porque no planejamento didático estratégico, precisamos nos preocupar em apoiar o estudante em todo o seu processo de aprendizagem. Isso significa nos perguntar o que o estudante precisa saber fazer nos níveis de desafio anteriores. Cada uma destas perguntas resulta em uma MINI HABILIDADE.  Por isso falei tanto sobre “granularidade”. Uma habilidade final de um curso ou unidade de estudos, precisa de outras habilidades de apoio para se desenvolver.

Vamos continuar no exemplo anterior, do ensino para gestão de um negócio.

HABILIDADE FINAL DO MÓDULO

Nível APLICAÇÃO

O estudante deve ser capaz de CALCULAR a rentabilidade do seu negócio para fazer um diagnóstico consciente”. 

HABILIDADE Nível MEMORIZAÇÃO: 

O que o estudante precisa de fato MEMORIZAR para desenvolver a habilidade final?

O estudante deve ser capaz de LISTAR todas as fórmulas utilizadas no cálculo de rentabilidade”.  

(Nota: supondo que seja útil essa memorização)

HABILIDADE Nível COMPREENSÃO: 

O que o estudante precisa COMPREENDER para desenvolver a habilidade final?

O estudante deve ser capaz de EXPLICAR o significado de rentabilidade em face dos cálculos utilizados para chegar ao seu resultado” 

(Nota: não sou especialista neste assunto, exemplo apenas ilustrativo)


Para cada COMPETÊNCIA UMA LISTA DE HABILIDADES

Existe uma grande discussão, para não dizer confusão, em torno da ideia de “competência”. O mundo corporativo parece ter sido pioneiro no uso da ideia de competências para desenvolvimento e avaliação de colaboradores, mas pelas discussões que já acompanhei me parece que isso acontece com pouca compreensão do que é feita uma competência e como avaliá-la. 

O ensino formal no Brasil parece explorar bastante as tais “competências socioemocionais”, mas como desenvolver e avaliar algo como “autogestão” ou “empatia”? Como desenvolver uma competência em “criatividade” ou “pensamento crítico”? Cada uma destas “competências” é um universo e pode ser muito fácil se perder no planejamento e na aprendizagem de tudo isso.

Se a competência é muito ampla, como saber se o estudante ou aprendiz desenvolveu esta competência? É legal querer desenvolver comunicação e pensamento crítico, mas se não conseguimos definir com clareza o que isso significa em uma determinada área de atuação, como planejar o ensino e como ajustar esse ensino sem uma métrica razoável?

Se não conseguimos definir uma competência de forma que seja visível e mensurável, então podemos estar remando no mar da propaganda sem consistência real. Para ilustrar, vamos ver um exemplo oferecido pelo “Global Learning Academy”, que é uma instituição importante do movimento “competency-based learning”:

COMPETÊNCIA: “Comunicar e empatizar com pessoas que tem perspectivas diferentes da sua”. 

Basicamente, uma competência é a capacidade de aplicar uma série de habilidades para resolver um problema ou atuar no mundo de forma produtiva e eficaz. E uma habilidade é um tipo de competência limitada ou a capacidade de SABER FAZER alguma coisa com um conteúdo específico:

HABILIDADES mensuráveis para desenvolver a competência: 

  • Eu consigo me comunicar de forma a refletir uma compreensão das necessidades e perspectivas do meu público.
  • Eu consigo articular minha própria perspectiva e identificar o que a influencia. 
  • Eu consigo analisar a diferença entre a minha perspectiva e a perspectiva de outras pessoas.
  • Eu consigo comunicar como perspectivas históricas e culturais impactam situações e eventos.

E para conferir se o estudante desenvolveu esta competência precisamos oferecer uma atividade avaliativa que seja autêntica, ou seja, próxima à aplicação real na vida e/ou no trabalho do estudante. Isso significa escolher um contexto específico, um público, um tipo de perspectiva diferente. E depois definir o que significa ter sucesso em cada uma das habilidades.

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